sexta-feira, 22 de abril de 2011

PRIMEIRA VEZ


Achei que era sonho, aquele infinito em expansão, dentro de mim, mas acordei ao seu lado. Nuas. Você era deusa e refletia uma que também existia em mim. Numa lucidez repentina, soube que era mulher, pela primeira vez.
A vida não foi fácil, antes de encontrar respostas. Antes de achar meu corpo aconchegado no teu, em uma manhã de chuva que brilhava um mundo novo. Naquele momento, eu soube quem eu era.
Eu nunca te conheci, mas, nas suas curvas, pude acordar de um sono de duas décadas; Duas décadas de máculas e mentiras que contava a mim mesma. De falta de sentido.

~oOo~

Nos apresentaram durante a noite e eu te achei terrivelmente linda. E sexy. Conversamos sobre qualquer coisa e tomamos umas poucas cervejas, até os nossos lábios se encontrarem. Naquele momento, algo aconteceu: Meu corpo perdera o controle e agia por si só. Eu tentava frear minhas mãos que subiam e desciam pelo seu vestido, numa urgência deliciosa, mas tudo que era meu desobedecia a minha mente: Seguia as ordens da tua língua e sorriso.
Eu já não te queria. Eu precisava de toda e qualquer coisa que viesse de si.
Pela primeira vez, me sentia o suficiente para outra mulher. E esqueci o que o mundo poderia pensar de mim. Minha pele respondia aos seus toques: Os mamilos apontavam, por dentro da blusa; O corpo doía de tesão.
Te encostei na parede, enquanto os meus dedos brincavam no seu decote. E eu queria entender que diabos a sua beleza fazia em minhas mãos. Queria te ver nua; Desvendar os segredos do teu corpo.
A razão cessou. Me tornei luxúria, loucura… Libido. Você se contorcia e me pedia para parar. Eu desacelerava meus impulsos, mas era como se você não soubesse mais sobreviver sem as minhas mãos. E me puxava para si. Eu me jogava no teu corpo em um instinto suicida. Na certeza de que nenhum amanhã seria tão belo quanto a sua perfeição.
E eu sorri quando a festa acabou e saímos juntas de lá. Meu coração acelerava, na necessidade de te ter por inteiro e no medo de não saber ser o que você precisava.
Temi não saber ler seus códigos; Sofria de desejo e dúvida.
Sentia excitação derretida em minha calcinha e o coração batendo entre as pernas.
Em sua casa, terminava um cigarro, quando você entrou no banho. Tremia na espera. Bati na porta, para te ver abri-la nua, molhada… Perfeita! Em todos os detalhes.
Você me puxou pra dentro do cômodo, arrancando as roupas do meu corpo, enquanto me beijava. Meus olhos hipnotizados em ti.
Debaixo do chuveiro, ensaboei cada milímetro da sua pele, te percebendo morder os lábios a cada vez que eu tocava o lugar certo.
E eu me sentia poeta e compositora, ao te ver intérprete do meu desejo. Sua boca cantava gemidos em uma ópera libidinosa.
Te pus de costas para mim. Esfregava o meu sexo conta a sua bunda, enquanto tocava os teus seios e deslizava uma das mãos para baixo, até me instalar entre as suas pernas.
Um gemido sussurrado fugiu dos meus lábios quando te senti loucamente molhada nos meus dedos. A vontade era de morar inteira dentro de si, debaixo da água quente, mas eu ainda precisava sentir mais e mais do teu corpo. Os dedos massageavam o seu clitóris, enquanto eu mordia o seu pescoço. Sussurrava em seu ouvido: Te chamava de gostosa; Pedia para que você abrisse as pernas. E, você o fez sedutora e delicadamente, quase como quem implora por um outro corpo dentro do seu. Delirei em minha mente. E mergulhei por dentro da tua pele, para sentir a minha em êxtase furioso.
Penetrava o teu corpo com um dedo, enquanto a outra mão corria pelo teu seio. Sentia os seus mamilos duros apontando para o infinito. Mordia, lambia, beijava o seu pescoço e me esfregava, mais e mais, em sua bunda.
Parei. Te virei para mim e voltei a provar seus lábios. Nossas mãos estavam enlouquecidas; Nossas línguas traduziam palavras em beijos e lambidas. Fechamos o chuveiro e secamos nossas peles.
E você me jogou na cama, de costas. Mordeu minha bunda, arranhou minhas costelas. E me sentiu por dentro, soluçando de tesão; Queimando e escorrendo desejo. Eu gemia em desespero. Ainda sem acreditar em quão linda você era; No quanto eu era mulher rebolando nos seus dedos. E explodir em gritos e fluidos só me fez querer procurar a mesma satisfação exaustiva em você.
Te toquei, beijei, lambi, mordi. Te vi gargalhar em seus orgasmos para adormecermos quando os músculos já não conseguiam se mover.

~oOo~

Achei que era sonho, aquele infinito em expansão, dentro de mim, mas acordei ao seu lado. Nuas. Você era deusa e refletia uma que também existia em mim. Numa lucidez repentina, soube amava mulheres, pela primeira vez.

Um comentário: